MELHORAR O SUCESSO DAS REFLORESTAÇÕES EM ZONAS SEMIÁRIDAS: ADAPTAÇÃO AO CENÁRIO DE ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
Resumo
A recente expansão do clima semiárido a todo o Alentejo em Portugal e o crescente impacto das alterações climáticas exigem adaptação local. O aumento da floresta autóctone representa uma estratégia ao nível do ecossistema pois aumenta a resiliência e os serviços de ecossistema através do aumento da: matéria orgânica no solo, carbono e azoto, biodiversidade, infiltração de água, etc; e diminui a suscetibilidade à desertificação. Por essa razão, grandes áreas têm sido reflorestadas com as espécies autóctones de azinho e sobro no Alentejo, mas com uma baixa taxa de sucesso. O objetivo deste trabalho é demonstrar como é possível diminuir o custo-benefício das reflorestações através de uma abordagem inovadora. Para isso desenvolvemos um modelo que aponte quais a zonas que: i) podem ser facilmente regeneradas com baixos custos; ii) devem ser sujeitas a reflorestação assistida, com apoio de diversas técnicas; iii) devem ser ocupadas por atividades alternativas devido à dificuldade em as reflorestar. Ao adequar os esforços e energia a cada local através do conhecimento da sua ecologia diminuímos substancialmente o custo-benefício, melhorando as taxas de sobrevivência a longo prazo. Tivemos em conta os objetivos de todos os stakeholders, de forma a assegurar o cumprimento das políticas nacionais e internacionais (como as convenções da Biodiversidade, Alterações Climáticas e Desertificação), a concretização dos objetivos dos proprietários, a capacitação das autoridades locais nas melhores práticas de reflorestação. Usámos os conhecimentos adquiridos no passado com sucessivas reflorestações, incluindo o grau de sucesso, que foi pela primeira vez reunida numa base de dados geográfica. Finalmente, comunicámos todos os resultados do projeto ao público, nomeadamente através de workshops para os stakeholders, edição de um livro com as melhores práticas e com um site e modelo desenvolvido para aplicação para dispositivos móveis.
Palavras chave: desertificação, adaptação às alterações climáticas, floresta, biodiversidade
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